23 julho, 2011

Sonhos se realizando...

Sair do Brasil, ir para outro país, tendo o surfe na cabeça foi um sonho antigo, de mais de 10 anos atrás. Aparentemente estou realizando esse sonho agora, aos 37. A ideia inicial era o Havaí, antes dos 30 anos. A Califórnia passou pela cabeça também. Mas, acho que ir para o outro lado do mundo falou mais forte no coração, e cá estou. O local escolhido, a cidade de Gold Coast, estado de Queensland, Austrália, teve relação com o clima, mais ou menos parecido com o do Rio de Janeiro. E também teve relação com algumas das ondas que tem aqui por perto, em praias como Burleigh Heads e Kirra, que vejo nas revistas desde que me entendo como surfista e gente.


Ainda, não posso deixar de mencionar que a partida do meu pai querido para o outro plano e o rompimento de um relacionamento que tinha quase tudo para dar certo, mas não deu, foram acontecimentos muito tristes, condição fundamental para que a realização desse sonho antigo fosse possível. Poderia citar outros fatos que me levaram a tocar pra frente essa ideia, todos relacionados a algum tipo de fim, de perda, ao acontecimento final e inesperado que sabemos que virá a qualquer momento, garantindo a máxima da vida breve e única, pelo menos aqui onde estamos. Tudo levando a uma pergunta que não calava: "Por que não?", somado à essa inevitável possibilidade do fim instantâneo a qualquer momento. Morte, vida, início e nascimento tudo junto. Batiza esse neném mãe!


Hoje vejo que tem varias outras, e muito mais ondas por aqui, principalmente para o sul. Um jornalista que admiro muito deu a dica de rumar para o sul da Austrália, para ir em busca da raiz do surfe australiano, onde tem menos brasileiros, lugar de ondas realmente poderosas e geladas. Onde os caras se vangloriam por serem casca-grossas, mostrando o dedo do meio pra moleza e frescura. Lamentei não seguir a sugestão. Temi o frio, temi que toda a mudança de vida, junto com o frio fosse fazer tudo ficar ainda mais difícil. Tive medo do fracasso. Sair do Brasil, mesmo que por tempo limitado, por enquanto são apenas 05 meses de visto de estudante, deixando os amigos, a família e diversos lugares especiais que vamos acumulando ao longo da vida, como Itacoatiara e a orla da praia de São Francisco, por exemplo, é muito difícil. Não sei se isso é coisa cultural do brasileiro, enraizado. Sim e não, porque é fácil ver brasileiro desgarrado pelo mundo todo, feliz da vida. Aqui tem vários. Coisa minha mesmo.


Foram quase 20 dias pra chegar até aqui. 17 deles passados em Buenos Aires. História que meus cinco leitores, amigos, já devem estar fartos de ouvir falar (todo cara que escreve uma espécie de coluna gosta de fazer essa brincadeirinha, né?!). Pra quem chegou aqui por acaso, a nuvem de cinzas formada pelo vulcão Puyehue, no Chile, que entrou em erupção no dia 04 de junho, causou um certo caos nos vôos entre a América do Sul e a Oceania. Essa nuvem ficou no caminho do meu vôo, me deixando "exilado" em Buenos Aires. Tudo fazendo parte da aventura, mostrando o poder do inesperado e a nossa fraqueza. 


Agora to aqui tentando organizar a vida e aprender. To me iniciando na edição de videos. Esse é o "primeiro"... tosco. Vamos atualizando... Até!

13 julho, 2011

XXXX Gold

Feeling da Austrália


Comprar a Tracks, A Bíblia do Surfe, como eles se chamam, e beber umas três pints da (Four X) XXXX, rezando... em plena Surfers Paradise Boulevard.


Chamando atenção pra uma foto do Alejo na matéria que fala da Nike, que anuncia explicar como a marca conseguiu aprender a surfar, com o espirituoso título "Just did it!".


Não por i$$o a bíblia traz, além da reportagem, um grande pôster encartado da, além de assunto, anunciante da revista, com foto do Julian Wilson. Let's do it é o que nos resta! Vamos devora-la! Até!


Cheers!

Tracks de agosto 2011 - no tubo Dede Suryana por Pete Frieden

Na foto da direita, Alejo Muniz. Na legenda, um elogio à variedade
e pressão de suas manobras, contribuição valiosa ao circuito mundial! Foto de Nate Smith

07 julho, 2011

Na viagem... impressões de Buenos Aires

O destino é a Austrália, mas tivemos que fazer uma parada forçada na Argentina, em Buenos Aires, por causa da nuvem de cinzas do vulcão Puyehue, que acordou no dia 04 de junho no Chile e segue mudando a rotina de grande parte do espaço aéreo no hemisfério sul do globo.


17 dias na terra de Borges (segundo Mr. Quiroga, um elitista fdp, apesar de grande escritor); lugar querido do uruguaio Galeano, pra onde ele voltou com saudades depois de anos de exílio... e eu "exilado" por lá, pela Natureza... num frio brabo...


Importante mencionar: nota ZERO para a Aerolineas Argentinas, que faz uma grande força para que o viajante que para no país de surpresa não goste da terra e tenha raiva de estar "preso" por lá. Péssimo exemplo. Porque eles deveriam ter bancado os custos de hospedagem e alimentação, como diz a lei tanto no Brasil quanto na Argentina, das pessoas que foram levadas até lá, por eles, tendo como destino países como Austrália e Nova Zelândia, gente não só do Brasil, como da Colômbia, Perú, Austrália, Nova Zelândia, Chile...









Tivemos ajuda valiosa do Consulado brasileiro, salve Sr. João dos Anjos e amigos que ajudaram daqui e de lá. Deu orgulho do nosso país essa história... e inevitável pensamento na ação de mãos divinas pela a ajuda recebida, fora os encontros que o imprevisto proporcionou. Salve!


Daqui a pouco impressões australianas.


Algumas imagens de Buenos Aires...



Um Mc a cada esquina e outros mais, nunca vi tantos

Metrô velho, o que também significa que já tem tempo, bom pra eles.

Símbolo fálico no meio da avenida... deve ter algum motivo...

Tango no hostel

Let's play pool mates!

Bela arquitetura numa cidade fria, com duplo sentido

Fomos bem atendidos, graças à internet, que diminuí a distância de quem tá longe, com diz Juju


Che, Gardel, Evita, Maradona, Messi, Peron...

Muito mais metrô lá do que no Rio (Niterói nem tem e provavelmente nem vai ter).  Em Niterói se deixar vão colocar prédio na areia da praia (não pude perder essa chance)

Galera do graffiti vai apreciar a cidade

Belas avenidas e muito frio
Esse senhor tinha olhos profundamente azuis