Homenagem

Homenagem para Rommel e sua esposa, Isis

Humildemente, e um tanto atrasados, prestamos uma homenagem ao Rommel, falecido no acidente do vôo 447, da Air France. A imagem acima faz parte de uma cerimônia feita para o casal, acredito que em Nova York. Rommel viveu exatamente 35 anos. Nos conhecemos pouco e a nossa ligação era feita pelo surfe e amigos surfistas em comum, além dos seus irmãos, Bernardo e Cauby. Comentários feitos em boca pequena diziam que ele poderia ter seguido a carreira de surfista ou free surfer profissional, sendo mais um destaque da nossa cidade no mundo do surfe. Daqui posso dizer que acredito nunca ter visto ninguém tão próximo com uma base de surfe tão sólida e leve. Ele tinha a manha dos tubos, muito talento, e era um viciado em surfe, tendo realizado o sonho, várias vezes, de surfar algumas das melhores ondas do mundo. Tudo isso sem deixar de buscar uma profissão e ser tão aplicado nela quanto no surfe. Na minha visão ele foi convocado pelo homem lá de cima mais cedo porque já havia cumprido sua missão nesse mundo mundano em que vivemos. Ele transcendeu. Parece que o mesmo aconteceu com outras pessoas naquele vôo fatídico, gente que, apesar de eu não conhecer, parecia viver e fazer as coisas de uma forma especial, com um astral especial. De tempo em tempo alguém próximo parte assim, no auge da vida (como meu primo, Rodrigão da Matta, surfista e bom pai de família), nos dando a certeza de que a morte não é um castigo, como muitas vezes gostaríamos que fosse. Hoje, um grupo de amigos parte para a Indonésia para uma viagem de barco pelo norte de Sumatra. Rommel ia junto. A ideia de não explorar as Mentawai e partir direto para o norte de Sumatra foi dele, por conhecimento de causa. Ele ia junto com a galera. Que essa trip tenha a sua proteção surfístico-espiritual! Vá com Deus e continue pegando boas ondas, meu camarada! Em breve uma homenagem será feita em Itacoatiara. E, não sei, quem sabe(?), um dia todos vamos nos encontrar, de preferência novamente no surfe. Tudo de bom!